Promoção do Envelhecimento Ativo e Saudável

A velhice não é só um conjunto de aspetos negativos conforme aponta a sociedade. Pelo contrário, ela traz consigo possibilidades de viver a vida com maturidade, sabedoria e felicidade. O envelhecimento é um processo biológico irreversível, mas pode ser vivido prazerosamente, constituindo-se numa etapa bem-sucedida, tanto quanto as demais. (Mediondo, 2002)

 

O percurso natural da vida conduz a pessoa humana a uma situação de maior fragilidade, ainda que não se trate de uma regra, é frequente observarmos que o percurso dos mais velhos carece de medidas de apoio. A institucionalização dos idosos é uma realidade cada vez mais frequente, não apenas pelo ritmo de vida que é cada vez mais frenético, mas porque as respostas sociais são também por si de maior qualidade.

O estigma antes criado em redor do tema da institucionalização da pessoa idosa, é hoje em dia debelado, passando estes espaços a ser encarados como alternativas de combate à solidão, de permanência e consistência de cuidados de saúde e de espaço de partilha e bem-estar emocional, com possibilidade de estímulo físico e cognitivo.

As famílias não podem garantir os cuidados necessários, não apenas pela falta de tempo, mas também pelo desconhecimento que alguns procedimentos implicam, nomeadamente ao nível da reabilitação física, que nas Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) podem ser assegurados por profissionais qualificados.

A Estratégia Nacional para o Envelhecimento Ativo e Saudável (ENEAS), foi definida pela Direção Geral de Saúde com vista à prevenção da doença e promoção da saúde. Como se pretende obter Texto Principal a máxima eficiência e eficácia foram envolvidos vários organismos públicos, considerados os serviços sociais e de saúde, as famílias e as próprias pessoas idosas.

Não só as instituições podem contribuir para o envelhecimento ativo, mas também a sociedade, a família e o indivíduo que deve almejar a manutenção de estilos de vida saudáveis, são cruciais no alcance dos objetivos definidos em matéria de longevidade, autonomia e bem-estar do cidadão. A ENEAS assenta em 4 eixos estratégicos, nomeadamente em:

  • Saúde – Realização de iniciativas que tenham em conta a necessidade de adiar o aparecimento de doenças ou de diminuir a sua gravidade. As doenças crónicas devem ter um impacto menos significativo no dia a dia do indivíduo e também deverá ser garantida a de redução da incapacidade física e psíquica dos idosos. Deve ser assegurada e incentivada a sua autonomia.
  • Participação – Os idosos tendem a diminuir a sua participação na sociedade e mesmo na tomada de decisão de circunstâncias que afetam a sua vida, por isso devem ser criados ambientes protetores, quer ao nível físico quer ao nível social, que potenciem a sua participação. Investir na formação e literacia é um meio de alcançar objetivos desta natureza.
  • Segurança – Trata-se da implementação de atividades que visem diminuir riscos e promover o bem-estar dos idosos e ainda de garantir a sua segurança.
  • Medição, Monitorização e investigação – Potenciar os conhecimentos científicos que fomentem o envelhecimento ativo e saudável. Deve ser efetuado o desenvolvimento, monitorização e avaliação de boas práticas com vista ao garante da inovação dos temas relacionados com o envelhecimento.

As ERPIs que garantem uma abrangência de serviços e uma equipa técnica multidisciplinar são assim lugares privilegiados de promoção do envelhecimento ativo e saudável em complementaridade com o apoio da família e os outros organismos da sociedade. Para que isto aconteça é necessário que possuam uma orientação central para cada uma das pessoas em particular e garantam também uma relação interpessoal pautada pelo valor da dignidade humana.

Carla Alexandra Neves de Lima Estevez

Estagiária de Serviço Social

Universidade Lusófona